As famílias de distritos de Mariana, na Região Central de Minas Gerais, afetados pelo rompimento da barragem da Mineradora Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, devem começar a receber as doações feitas em dinheiro a partir do dia 23 de março.
A previsão é do Ministério Público Estadual (MP) que assinou nesta sexta-feira (11) um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o município e com a comissão de representantes dos atingidos.
O acordo prevê que a distribuição do dinheiro seja feita em duas partes. A primeira delas trata da entrega de R$ 800 mil arrecadados pela Prefeitura de Mariana às famílias.
Elas serão cadastradas pela própria comissão de representantes dos atingidos, segundo o MP.
A segunda fase vai tratar do valor restante existente nas contas bancárias em que as doações foram depositadas.
O objetivo é atender, na segunda etapa, famílias que, porventura, não tenham sido contempladas durante a primeira distribuição.
Três contas da prefeitura receberam um total de R$ 1,1 milhão em doações. De acordo com o MP, a “2ª Promotoria de Justiça de Mariana instaurou um inquérito civil para fiscalizar as contas e garantir que os recursos sejam efetivamente destinados às pessoas atingidas, evitando-se desvios”.
Desastre
A barragem de Fundão se rompeu no dia 5 de novembro de 2015, destruindo o distrito de Bento Rodrigues e deixando centenas de desabrigados. A lama gerada pelo rompimento atravessou o Rio Doce e chegou ao mar do Espírito Santo. No percurso do rio, cidades tiveram de cortar o abastecimento de água para a população em razão dos rejeitos
Dezenove pessoas morreram. O último corpo a ser encontrado foi o de Ailton Martins dos Santos, de 55 anos. Ele foi localizado no dia 9 de março. O corpo de Edmirson José Pessoa, de 48, funcionário da Samarco, ainda está desaparecido.